Políticos brasileiros preferem cimento à saúde

A jornalista Fabiane Leite, do Estadão, postou no Blog Núcleo de Saúde, artigocom o título “Foi um ano ruim para a saúde“. O texto é muito interessante, pois aborda o descaso com que a saúde pública é tratada no Brasil e chega a conclusão de que os governos estão mais interessados em cimento.

Arrisco dizer que a relação entre políticos e empreiteras é a que mais suscita questionamentos na história republicana brasileira. Da relação promíscua de cimento e política surgem obras que perpassam à sociedade a idéia de que o governo promove transformações estruturais no país. Nem sempre transformar uma região em canteiro de obras é o investimento mais urgente e atende ao interesse primário da coletividade. Por outro lado, das obras surge o canal de enriquecimento ilícito de políticos.

Obviamente as obras são importantes e devem ser feitas, mas não se pode deixar cair no esquecimento o primordial, o ser humano, dotado de uma dignidade transcedental. Fabiane Leite revela, ainda, um dado alarmante, o orçamento para o SUS em 2010 já nasce com um deficit de R$ 6 bilhões.

Infelizmente, cidadãos brasileiros pagarão a conta com a própria vida, assim como aconteceu no Distrito Federal com a recén nascida Yasmin e com tantos outros. O descaso com a saúde pública deve ser considerado um grave caso de corrupção. No mínimo se corrompe o valor da vida e da dignidade humana.

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